11 de jan. de 2008

Bairrismo mundial

Desde pequena tenho contato com aspectos culturais diferentes. Meu pai, que é chileno, falava um espanholês (hoje ele evolui para portuñol), dois dos meus primos são paulistanos e com sotaque marcado. Eu me interesso por lugares, culturas e pessoas diferentes, ao mesmo tempo percebo que tenho um amor profundo por ser gaúcha de sangue e porto-alegrense! Acho que essas questões culturais que nos rodeiam nos fazem refletir não somente sobre ser gaúcha ou brasileira, mas ser SER HUMANO.

Alguns me perguntam "o que tu prefere este ou aquele país" ou "qual é melhor e onde as pessoas são legais". Essas perguntas são muito canalhas porque eu (que tento ser politicamente correta) não acho que tenha somente uma resposta correta. Agora... sobre algumas coisas já tenho melhor percepção, depois dessas experinências de intercambio e viagem por países da América do Sul e Estados Unidos.

Um aspecto muito interessante é sobre o "ser tu" e o "ser brasileiro" ou "ser gaúcho". Ser brasileira é muito interessante. Sou porto-alegrense, gaúcha, brasileira, latino-americana e “mundana”. Mas afinal, o que significa fazer parte de uma cultura? E o que tu, como indivíduo único, tem a ver com a tua cultura?

Dizem que brasileira é mulata e dança samba. Eu não sambo e nem sou mulata. Aliás, não conheço muito as nossas músicas que fazem sucesso internacionalmente e conheço menos a música gaúcha, conhecida no Brasil. Meu sotaque é brasileiro, gaúcho ou “de Porto”? Os nossos queridos chimarrão e churrasco, por exemplo, são gaúchos ou argentinos?? Ora.... A cultura não tem fronteiras! "El gaucho",na Argentina, usa lenço vermelho no pescoço e calça de bombacha, laça o gado e faz churrasco. E este gaucho também aparece no sul do Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia e quem sabe que outros lados mais. Outro aspecto que me mostra que a cultura não pertence a um país é o doce de leite (nos países sul-americanos que estive ele é considerado super típico)... sim, temos influências parecidas, o delicioso dulce de leche (Argentina/Uruguai), o tradicional arequipe (Colombia) e o suave manjar blanco (Peru). Eu poderia, ainda, citar inúmeras outras coisas que achamos exclusivas da "nossa terra", mas que na verdade fazem parte de um traço cultural muito mais abrangente.

E onde ficaram as pessoas, no meio de todo esse bla-bla-bla cultural? As pessoas dão uma ótima temperada nas suas culturas. São elas que colocam humaninade, inteligência, integração e sei lá mais o que na evolução das culturas. São elas que reduzem os espaços no tempo e distâncias existentes, usando tecnologia e viajando (low fare companies, we love you!). São elas que mudam quando não concordam com algo, por mais que tenha sido feitos por gerações anteriores (há espanhóis questionando a tourada...). São elas que tornam o previsível em inesperado. Meu conselho?

Depois de toda essa divagação, deixarei algumas palavras. Só entenderá quem tiver que entender, os outros não estão na sintonia da mensagem.

Você sabia que...

- a Floresta Amazônica é brasileira, peruana, equatorina, colombiana e até venezuelana?
- tem muito "gaúcho macho" que chora (e admite) e norte-americano que não acha a "América"o centro do Universo (e não se encaixa no perfil norte-americano que rola por aí)?

Dicas para viver:

- persista no que acredita, lute;
- a vida deve ser vivida, não consumida;
- se libertar para o amor, a esperança e a reflexão ajuda na liberdade de viver plenamente;
- há mais coisas, que não consigo contextualizar. Talvez não seja a minha hora.

2 comentários:

Michelle disse...

Uma história entao:
1o. aieseco que hospedei: um guri da Malásia. Restaurante, buffet, sagu de sobremesa. O Lúcio diz: tens que provar isso que é TÍPICO daqui!!! O guri responde: Não, na Malásia tb tem sagu!!
Me explica isso...

Bruno disse...

Prezada Sra Nicole Loyola

A AIESEC POA está fazendo um mapeamento de seus ex-membros, atuais Alumni. É a AIESEC POA buscando resgatar sua própria história!

Seu nome foi apontado no registro antigo, e desta forma estamos tentando obter notícias suas para cadastro e, posteriormente, informar como está a AIESEC atualmente.

Se possível, gostaríamos que este e-mail fosse respondido, para que assim possamos atualizar nosso registro de Alumni através de envio de um questionário.

É um prazer para a AIESEC POA, time de comunicação, entrar em contato com a senhora.

Bruno Celidonio
mktg@
brunocelidonio@gmail.com
brunocelidonio@yahoo.com.br