4 de out. de 2007

Vamos Brincar de Índio!

“Vamos brincar de índio, Mas sem mocinho pra me pegar
Venha pra minha tribo, Eu sou o cacique, você é meu par
Índio fazer barulho, Índio ter seu orgulho
Vem pintar a pele para a dança começar
Pego meu arco e flecha, Minha canoa e vou pescar
Vamos fazer fogueira, Comer do fruto que a terra dá
Índio fazer barulho, Índio ter seu orgulho
Índio quer apito mas também sabe gritar”

Acho que de tanto cantar essa música da Xuxa, quando criança e de ouvir minha mãe me chamar de indiazinha, virei meio índia pois adoro fazer "programas de índio".

Não há lugar que eu vá que essas atividades nativo-americanas não são uma das maiores atrações. São eles que rendem histórias muito divertidas, inesquecíveis e fotos incríveis. Contarei alguns tipos de programas de índio que já participei.
Um dos maiores programas de índio que já fiz, intencionalmente, foi ir à Estátua da Liberdade em Nova York: ficamos horas nas filas (e verificações do governo para ver se não faríamos nenhum atentado), tivemos que cantar uma música brasileira para um cop-turístico para conseguir as entradas entre coisas que já me esqueci. Esse é o tipo que se faz uma vez na vida, tu quase te arrependes, mas no final vale a pena.

A minha última atividade indígena foi aqui na Colômbia, quando fui para a praia, isto é, para o lindo Caribe.

Sim, índio ama a praia, ama a natureza. Sim, índio vai para muito longe para encontrar seus santuários aquáticos. Saí de Bogotá numa terça pela manhã com rumo a Cartagena: 22 horas num busão.Foi uma viagem tranqüila, num ônibus de altíssima qualidade Marcopolo e sem nenhuma mala no meu lado para incomodar.Mal cheguei lá, já fui ao meu destino: um passeio pelas Islas del Rosário. Lindo, mar cor de uma pedra muito comum aqui, cor esmeralda. Uma das paradas era a Playa Blanca. Lá uma nativa me perseguiu por meia hora, sentou ao meu lado, me elogiou de tudo, fez massagem nos pés (me encheu o saco para fazer)... tudo para conseguir qualquer $$ de mim. Desde quando índio sabe o que é $$? Índio conhece o escambo! Dei 4 fitinhas do Sr.do Bom Fim para ela.

MASSAGEM NOS PÉS

Voltando a Cartagena, conheci o centro histórico que é lindo! Se chama Ciudad Amurallada (cidade com muros). Esse nome porque há muitos séculos construíram muros em volta da cidade para a proteger de ataques de piratas! Era início da noite e índio dorme cedo. Os hotéis por ali estavam muito caros e resolvi dormir na praça. Não deu muito certo, antes mesmo de eu pensar em dormir, enquanto eu estava vendo o que eu faria no dia seguinte, chegou um guardinha turístico e começou a puxar papo. No fim, ele me indicou um Hotel (muquifinho, mas desde quando índio se importa) onde paguei menos de 1/3 do que queriam me cobrar em outros (muquifinhos melhor localizados). Dormi e vivi. Acordei e fui direto para a Rodoviária, rumo ao Parque Tayrona: um reserva Nacional com mais de 30 praias.

Mal eu sabia que este dia seria o mais agitado! Levei em torno de 7 horas para fazer uma viagem de +- 300km. Eu tinha que tomar 3 ônibus para chegar ao meu destino. E foi o que aconteceu. O problema é que nossos queridíssimos amigos costeños fazem os ônibus pinga-pinga ficarem parados enquanto não lotam. Acho que fiquei umas 2h parada só esperando encher o maldito. E dá-lhe indiada.

Bom, perto das 16h cheguei na entrada do Parque Tayrona. Entrei! Uhu, agora é que começa minha indiada natural! No parque, o meio de transporte é cavalo ou caminhar. Como sou índio de raiz (no novo mundo não havia cavalos) e sem muita coisa para escambar, fui rumo a primeira praia da maneira tradicional, caminhando. Logo no inicio desta jornada, começam os tratamentos naturais de beleza: fiz uma esfoliação nos pés, pois a trilha estava toda cheia de lama e merda de cavalo. Depois de 1h de caminhada dura, chego na primeira praia, a de Arrecifes, me jogo na areia e fico um tempinho curtindo o sol, a areia, o vento e o barulho do mar! GRAÇAS A DEUS, aqui não tem vendedores te aporrinhando!! Começa a escurecer e índio tem que dormir. Entro num dos campings e alugo uma rede: sim, índio dorme em rede, nem que seja alugada.

FOTO EM ARRECIFES, TAYRONA

A noite foi boa, acordei um pouco antes das 6h, logo depois que o sol chegou. Parto em rumo a outra praia, a do Cabo, que é uma praia de águas mais calmas e cálidas. O caminho foi muito bonito, passando por praias menores e pelo meio do mato. Então foi aí que os mosquitos começaram a me atacar. Desta vez resolvi não dar bola para eles, e no final da viagem tinha mais de 40 picadas... que eu posso fazer se eles me amam anyway e anywhere?

Na praia do Cabo foram 2 noites e redes lado-a-lado.Me senti num Big Brother tanto que numa noite até sonhei que estava participando do BBB. Nesse lugar paradisíaco minha rotina era: acordar cedo, escolher um lugar na sombra da praia, passar protetor e ficar entre areia, sono, mergulhar, ouvir música, mergulhar, pensar na vida, mergulhar e pensar em não voltar mais para a civilização. Até me arrisquei a conhecer a uma praia dita “de nudismo”, que era vazia e não tão bonita. Voltei para a minha tradicional sombra da praia do Cabo.

BIG BROTHER TAYRONA

Meu espírito guerreiro de índio me avisou que era hora de voltar para casa. Então, no meu quarto dia no parque tenho minha jornada de quilômetros e quilômetros para chegar até a saída do parque e a estrada e depois de um dia chego de volta a Bogotá.

Bom, na minha lista ainda falta caçar, pescar e pintar a cara com urucum (ah, isso já fiz quando fui para San Agostín!), mas já me considero índia honorária! E agora, qual será meu próximo progamaço de índio!?? bububububububu

5 comentários:

Kaka disse...

hahahahaha
deu fitinhas bahianas pra guria da massagem, mas credo
e eu nao acredito que tu realmente ia dormir na praca... a tua mae sabe disso?
Eu sempre falei dessa tua veia indigena, eu sempre soube

haha, bjocas

Unknown disse...

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adorei o relatório, quero mais
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só tão faltando as fotos...
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beijuuuuuusssssssss
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viagensbarbaras disse...

Nicole, um dia tu vira hippie

Michelle disse...

Quando tu virar hippie não esquece de me convidar para viajar contigo!!!
Bah! te falei que ir para o parque era uma aventura... pq tu achas que eu não quero mais voltar lá antes de ser rica e ter $$ para pagar uma lancha que me leve???

Unknown disse...

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filha de peixe, peixinho já é...
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bju